Composto no vinho pode inibir infecção por Covid-19
Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Biologia do Câncer, na China Medical University (CMU) - Taiwan, e publicada no American Journal of Cancer Research no final de novembro de 2020, indica que o ácido tânico, muito presente no vinho tinto, pode ajudar a reduzir drasticamente a infecção por Covid-19. Os pesquisadores concluíram que o composto possui funções inibitórias que impedem o funcionamento das duas principais enzimas da infecção por SARS-CoV-2.
A pesquisa analisou a disposição enzimática inibitória de seis compostos naturais e identificou que o ácido tânico pode diminuir a atividade enzimática do coronavírus em até 90%. Assim, dificultando o aumento da carga viral. Os ácidos tânicos são antioxidantes e eliminadores de radicais livres, que atuam com efeitos anti-inflamatórios. Segundo um dos pesquisadores, Mien-Chie Hung, presidente da CMU, os taninos seriam capazes de prevenir infecções e controlar o crescimento de vírus.
Apesar dos resultados positivos, ainda não é possível afirmar cientificamente que beber vinho ajuda a combater a doença – o estudo ainda é inconclusivo. Como o ácido tânico tem efeito positivo no combate à infecção por covid-19, o próximo passo é descobrir se alimentos com muitos taninos, como chá, uva, nozes, açaí, chocolate amargo, malte, lúpulo, entre outros, podem ser usado para combater o Covid-19.
Além do ácido tânico, foram realizados experimentos com catequina, kaempferol, quercetina, proantocianidina e resveratrol, substâncias comprovadamente ativas na supressão de infecções por outros tipos de coronavírus identificados antes da atual pandemia. Entre os compostos, o único tanino demonstrou uma resposta significativa especificamente para o Sars-CoV-2.
O impacto positivo do consumo moderado de vinho no combate a doenças é um tema recorrente há mais de 20 anos. E quando se trata de vírus, o vinho é um ótimo enxaguante bucal natural; além de limpar a faringe, onde o vírus adora se abrigar.
Desta forma, este artigo torna-se um grande insight para pesquisas futuras a fim de descobrir o real impacto dos taninos nos organismos afetados pela covid-19.
Segundo especialistas, essa pesquisa foi feita in vitro, ou seja, eles pegaram o vírus em laboratório e o colocaram em contato com esses polifenóis isolados para ver se impedem que o vírus entre na célula. No futuro, é necessário que haja um estudo em humanos, para ver se essa implicação viral pode aliviar os sintomas da infecção por COVID-19.
O que são taninos?
Cientificamente falando, os taninos nada mais são do que polifenóis, ou seja, substâncias orgânicas que combinam várias ligações de hidrogênio e oxigênio.
São encontrados principalmente na parte externa de vários tipos de plantas, funcionando como mecanismo de defesa contra pragas e predadores. Isso porque, como têm sabor amargo e causam sensação de adstringência, inibem o ataque de insetos.
Eles também podem ser encontrados na cerveja, mas seu excesso causa adstringência, ou sabor residual, quando o aroma, o sabor e a sensação na boca persistem depois de beber a cerveja.
Descubra que outros grandes benefícios o vinho pode proporcionar:
1. Protege seu coração
Pesquisadores apontam que o consumo moderado de vinho tinto (dois copos por dia) pode reduzir o risco de doenças cardíacas em até 20%.
Essa conclusão é reconhecida por importantes instituições médicas, como a American Heart Association, a Sociedade Brasileira de Hipertensão e a Sociedade Europeia de Cardiologia
Isso porque, o vinho tinto é rico em polifenóis, substâncias presentes na casca da uva, que aumentam os níveis de colesterol bom, HDL, e diminuem os níveis de colesterol ruim, LDL.
Outros benefícios do consumo moderado de vinho tinto para a saúde do coração incluem a redução da pressão arterial, redução da inflamação e oxidação lipídica e aumento da capacidade de dilatação dos vasos sanguíneos.
2. Faz sua pele brilhar
O resveratrol, substância presente na casca das uvas e no vinho tinto, retarda a ação dos radicais livres, preservando a beleza da pele por muito mais tempo.
Além disso, os polifenóis, outra substância presente no vinho tinto, melhora a microcirculação e a hidratação da pele.
3. Previne a depressão e Alzheimer
O vinho também pode ser um aliado no combate à depressão! É o que aponta um estudo publicado na BMC Medicine.
O estudo realizado com mais de cinco mil homens e mulheres revelou que, aqueles que consumiam quantidades moderadas de vinho, apresentavam menor incidência de depressão quando comparados às pessoas que não consumiam álcool regularmente.
Este fato pode ser explicado pelas substâncias presentes no vinho, que promovem a produção de neurotransmissores como serotonina, dopamina e endorfina.
Esses são os mesmos hormônios liberados pelo organismo durante a prática de atividades físicas, sendo responsáveis pelas sensações de prazer e relaxamento.
Uma série de estudos realizados na última década, mostram que o consumo regular de vinho tinto diminui as chances de deterioração da memória, Alzheimer e demência.
Isso se deve à ação antioxidante e anti-inflamatória das substâncias presentes no vinho tinto, que atuam contra os radicais livres e podem retardar a progressão de doenças neurológicas degenerativas, como o Alzheimer.
4. Previne Diabetes
Alguns estudos apontam que o consumo moderado de vinho pode ajudar a prevenir o diabetes.
Substâncias presentes no vinho tinto, como os polifenóis, têm ação benéfica sobre o açúcar no sangue, aumentando a insulina e reduzindo a glicose.
Uma pesquisa da Universidade Ben Gurion do Negev, em Israel, revelou que o álcool presente no vinho tinto e branco ajuda a reduzir o controle da glicose.
No entanto, isso depende da capacidade de metabolização do álcool de cada indivíduo, que varia de acordo com o perfil genético.
5. Consumir vinho pode retardar o crescimento de células em alguns tumores malignos
Cientistas da Universidade de Creta, na Grécia, provam que o vinho pode retardar o crescimento de células cancerígenas da mama e da próstata, bem como prevenir o desenvolvimento de tumores na boca.
Além disso, cientistas franceses encontraram evidências de que o antioxidante do vinho chamado Resveratrol pode conter o crescimento de células cancerígenas do fígado.
No Reino Unido, cientistas da Universidade de Leicester relataram durante a Segunda Conferência Científica Internacional sobre Resveratrol e Saúde, que o consumo regular e moderado de vinho tinto pode reduzir a taxa de tumores intestinais em aproximadamente 50%.
Na publicação americana Journal of Women's Health, pesquisadores do Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, explicaram que os produtos químicos presentes nas cascas e sementes das uvas roxas reduzem os níveis de estrogênio e aumentam a testosterona em mulheres na pré-menopausa, o que resulta em menor risco de desenvolver câncer de mama nessa faixa etária. Resultado contrário ao que os estudos apontavam até então.
6. Vai fazer você viver mais
Segundo uma pesquisa da Harvard Medical School, o resveratrol tem efeito antienvelhecimento, estando ligado ao gene SIRT1, que codifica proteínas estruturais e enzimas do nosso corpo.
Outro estudo, da Universidade de Londres, revelou que outro componente presente no vinho, as procianidinas, ajudam a manter a saúde dos vasos sanguíneos.
Este é um dos fatores que explica a longevidade das populações do sudoeste da França e da Sardenha, na Itália, onde o vinho é consumido regularmente, acompanhando as refeições.